quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Conheça a história do Buscapé, um dos maiores cases de sucesso de startups no Brasil

Desde 1999 no ar, a empresa se tornou a maior companhia de pesquisa de preços da América Latina com mais de 11 mi de produtos cadastrados

buscape


O Buscapé é um dos casos de sucesso mais famosos do Brasil. O site, que compara preços de produtos em lojas de todo país, revolucionou o mercado e serviu de exemplo para que outros brasileiros se arriscassem no empreendedorismo, especialmente usando a internet.

Mas, para quem achou que o Buscapé nasceu por acaso, assim como a maioria das empresas de sucesso, se enganou. Quando os estudantes Romero Rodrigues, Rodrigo Borges, Ronaldo Takahashi e Mario Letelier se uniram, eles já planejavam abrir um negócio. A escolha pelo mercado online se deu por um motivo simples: eles queriam inovar e a internet era a melhor opção para isso.

Depois de algumas pesquisas, o grupo percebeu que não existiam sites que exibiam listas de preços praticados por diversas lojas de um mesmo produto e resolveram criar um. Em junho de 1999, cada um dos envolvidos investiu dinheiro para a compra de três computadores pessoais e mais R$ 4.800 para iniciar o projeto. Eles se reuniam em uma pequena sala de um edifício corporativo e começaram a fazer parcerias com lojas que também estavam começando como o Magazine Luiza, por exemplo.

Rodrigo Borges criou um software de compilação e comparação de dados e, após ser licenciado, o grupo correu atrás de preços dos mais diversos produtos e lojas.  "A ideia original era listar até lojas de ruas e shoppings, porque o e-commerce não existia quando nós começamos. Mas, essa ideia era muito romântica, porque era difícil o consumidor exercer o poder de compra naquela época. As lojas mal davam o preço do produto pelo telefone", lembra Romero em um vídeo institucional da empresa. Este software foi a plataforma inicial do Buscapé que, ao longo dos anos de operação da empresa, passou por diversas atualizações.

A inauguração do site só aconteceu em 1999, depois que o "QuantoCusta" se tornou o "Buscapé". O nome inicial da empresa já estava registrado e eles tiveram que trocar. A palavra Buscapé (nome regional para fogos de artifício, geralmente usada em festas juninas) estava em vigésimo lugar de uma lista extensa de opções e foi escolhido pela sonoridade. "No início o site tinha pouco mais de 25 mil usuários, enquanto hoje temos mais de 60 milhões de consumidores usando nossos serviços todos os meses. Ao mesmo tempo, quando colocamos o site no ar, eram 30 empresas cadastradas e hoje já temos mais de meio milhão de empresas listadas", conta.

Em 2000, com a bolha da internet e o crescimento do comércio eletrônico no Brasil, os fundadores conseguiram atrair investidores como a E-Plataform, Merrill Lynch, Unibanco e Brasil Warrent (grupo Moreira Salles). Primeiro houve a injeção de US$ 500 mil e depois um segundo aporte de US$ 6 milhões. Com o caixa cheio, em 2002, a empresa se tornou rentável.

Romero, no entanto, ainda não estava satisfeito e, paralelamente à gestão do BuscaPé, ele iniciou a expansão internacional do projeto. O grupo abriu escritório no México, Argentina, Chile e Colômbia. No final de 2005, mais novidades. Os grupos que contribuíram com a empresa venderam suas participações para o fundo norte-americano Great Partners Hill. A Great Partners, por sua vez, comprou o maior concorrente do site, o Bondfaro, e o restante do competidor foi fundido com o BuscaPé, transformando a empresa resultante no maior site de pesquisa de preços da América Latina. As empresas continuaram existindo como sites de comparação de preços independentes e os sócios do Bondfaro passaram a ser sócios do Buscapé, sendo que alguns deles ainda permanecem na operação e outros venderam suas participações.

No mesmo ano, a companhia já faturava R$ 18 milhões, que chegaram a R$ 50 milhões em 2008. Quatro anos depois, o grupo de mídia sul-africano Naspers anunciou a aquisição de 91% das ações da companhia por US$ 342 milhões. A empresa comprou a fatia do fundo Great Hill Partners e de cinco dos nove sócios minoritários. Dos quatro sócios iniciais, somente o Mario Letelier vendeu sua participação no acordo com a Naspers.

Em setembro de 2010, o Buscapé deu mais um golpe certeiro. A companhia comprou o ZipMe, centralizador de ofertas de sites de compras coletivas e de clubes de compras do Brasil, e fundou o SaveMe. Com o negócio, o Buscapé se tornava um grupo de internet. "Começamos como um site comparador de preços e hoje já somos um Grupo de internet de 15 empresas. Conquistar a liderança em audiência é um troféu que começamos a buscar lá no início", comemorou Romero na época do acordo.

O último anuncio ligado à empresa foi nesta segunda-feira (16/01). O Buscapé adquiriu parte da Resolva.me, uma rede de recomendações entre clientes, prestadores e empresas de serviços no Brasil. Neste período pós-aquisição do Buscapé, o Resolva.me prepara para os próximos meses perfis para profissionais ou empresas com álbum de fotos, mapa de atuação por região, central de qualificação para os usuários que entraram em contato com profissionais selecionados.

Fonte: Olhar digital

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