Ele será lançado na sexta-feira, 26, e trará a maior mudança na plataforma desde o Win95
Windows 8 (Divulgação) |
O lançamento do Windows 8 não é importante somente por ser a primeira vez em três anos que a Microsoft atualiza a plataforma mais usada nos computadores pelo mundo. Ele marca a entrada da companhia em um novo mercado e foi considerado pelo CEO Steve Ballmer como o lançamento mais importante da história da empresa.
O Windows 8 representa uma das maiores revoluções dentro da família de sistemas operacionais da Microsoft. Isso porque uma nova interface foi desenvolvida para ele com foco em tablets e dispositivos com telas sensíveis ao toque. Em vez da tradicional área de trabalho com o seu papel de parede e uma barra de ferramentas na parte inferior, o usuário, ao abrir o W8, encontrará retângulos com diversas informações sendo atualizadas em tempo real - eles são chamados de "tiles" (ou azulejos).
Não significa, entretanto, que o modo clássico tenha sido completamente abandonado. É possível navegar pelo Windows 8 usando a área de trabalho tradicional presente no Windows 7, com algumas pequenas mudanças como, por exemplo, a retirada do botão "Iniciar". Mas essa interface não é a padrão e, segundo relatos de quem já teve acesso ao novo Windows, não será possível torná-la a principal: sempre que o usuário ligar a máquina será direcionado à nova forma de navegar na plataforma.
O botão 'Iniciar', presente desde o Windows 95, foi aposentado no W8
Ensinar é o caminho
O Windows 8 é diferente do Windows 7 e isso é fácil de perceber. O que pode não ser tão fácil é aprender a usar o sistema. Analistas acreditam que a mudança radical pode afastar usuários antigos que teriam medo de não conseguir usar o Windows 8.
A Microsoft, então, tem o desafio de reeducar os seus consumidores, acostumados há décadas com a forma de navegação do Windows que permanece pouco modificada desde o lançamento do Windows 95.
Relatos de quem já colocou as mãos na versão final do W8 indicam que, enquanto ele funciona muito bem em telas sensíveis ao toque, a experiência tradicional, com teclado e mouse, fica prejudicada na nova interface. Por outro lado, na interface clássica o uso de touchscreen não é dos melhores, enquanto o teclado e o mouse funcionam muito bem.
A nova interface do Windows com os 'tiles'
Assim, o objetivo da companhia é explicar para os usuários como é o melhor jeito de usar o sistema de acordo com a máquina usada - em um tablet, na interface nova, mas em um PC tradicional é melhor usar a clássica. Isso fez alguns veículos considerarem o Windows 8 como um sistema "esquizofrênico".
Windows 8, Pro e RT
O sistema operacional será lançado em três versões diferentes, e é importante entender a diferença entre elas. Duas delas - o Windows 8 e o Windows 8 Pro - foram desenvolvidas para processadores x86, como os usados nos desktops e notebooks.
O Windows 8 e o Windows 8 Pro têm poucas diferenças entre si. A principal delas é que o Pro acompanha o Windows Media Center, enquanto o pacote básico acompanha apenas o Media Player. Tirando isso, os recursos são bastante parecidos e as duas interfaces estão nas duas versões.
A grande diferença está no Windows RT, desenvolvida para chips com arquitetura ARM. Como foi feito pensando em dispositivos mais modestos - como, por exemplo, tablets - o RT conta apenas com uma das interfaces - e é claro que é a ideal para usar com uma touchscreen. Ele terá suporte reduzido a softwares de antigas versões da plataforma da Microsoft, mas poderá rodar todos os apps desenvolvidos para a nova interface.
O RT é o sistema do modelo do Surface que sairá na semana que vem e deve ser o mais comum em tablets. Mas não será o único. O Surface Pro, por exemplo, rodará o Windows 8 Pro, e outras fabricantes também devem desenvolver máquinas que rodem o sistema.
O mercado
O Windows 7 foi um enorme sucesso e é o sistema operacional mais usado no mundo, seja dentro das casas ou no ambiente corporativo. A Microsoft domina o segmento há décadas. Mas, mesmo assim, o Windows 8 é visto como uma grande interrogação por parte do mercado, e, para muitos, é a chance da Microsoft se manter forte enquanto é ameaçada por concorrentes como Google e Apple.
Um dos fatores que fazem muitos duvidarem do Windows 8 é em relação ao panorama atual do mercado de PCs. A venda de computadores está em queda no mundo inteiro. Relatórios recentes de consultorias como IDC e Gartner apontaram para uma queda de mais de 8% na comercialização das máquinas durante o terceiro trimestre deste ano.
Por um lado isso pode significar que os consumidores estão esperando pelo lançamento do Windows 8 para atualizar as máquinas. No entanto, outro número mostra como o cenário pode ser preocupante para a Microsoft: o crescimento dos dispositivos móveis, principalmente os tablets.
Em abril, a Gartner projetou a venda de 118 milhões de tablets pelo mundo inteiro - praticamente o dobro dos 60 milhões vendidos em 2012. Neste mercado em expansão existe um líder isolado: o iPad, responsável por alavancar as vendas dos dispositivos e que atingiu 68% de market share em agosto.
Surface, o tablet da Microsoft que usará a nova plataforma
Com o Windows 8, a Microsoft tenta frear o crescimento do iPad. O sistema também foi projetado para tablets e diversos aparelhos serão lançados com a plataforma. Um deles é da própria fabricante: o Surface, que chega às lojas no mesmo dia 26 de outubro por US$ 499. Confiante no sucesso, a Microsoft estima que entre 3 milhões e 5 milhões de unidades do tablet podem ser vendidas ainda em 2012.
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