Em nove edições do estudo da Interbrand, que avalia poder de marca, só quatro empresas estiveram entre as maiores
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Quando lançou sua pesquisa global, em outubro, a consultoria Interbrand concluiu que cinco das 10 empresas mais valiosas são do setor tecnológico: Apple, Google, Microsoft, Intel e Samsung dividem o topo com Coca-Cola e marcas de outros setores.
No Brasil, entretanto, o cenário é bem diferente. O ranking elaborado localmente pela mesma empresa, divulgado nessa quinta-feira, 6, mostra que a tecnologia não tem espaço entre as maiores companhias nacionais. Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Petrobras e Skol são as TOP 5 da lista, que só premia o setor com o aparecimento da TOTVS, empresa de software, em 23º.
O mau desempenho é histórico. Ao longo das nove edições do estudo no Brasil, realizado desde 2001, apenas outras três empresas de tecnologia conseguiram a proeza de estar entre as 25 mais valiosas: Gradiente (10º, em 2001), Submarino (12º, em 2008) e Positivo (24º, em 2010).
“As empresas brasileiras de tecnologia não têm tamanho suficiente para entrar na lista. Não é um problema de cultura, porque somos inovadores. É falta de investimento no setor para que seja criada uma fórmula ganhadora”, analisa André Matias, gerente de Avaliação de Marcas da Interbrand São Paulo.
Metodologia
Para desenvolver a análise, a Interbrand leva em conta três critérios: resultados financeiros, papel da marca e a influência que ela exerce sobre o público, tendo como foco a capacidade de manter ganhos com o passar do tempo.
As marcas estudadas devem ser originárias do Brasil, publicar informações contábeis e financeiras, fornecer informações suficientes para a identificação da receita individual de suas marcas, gerar EVA positivo [geração de valor do negócio uma vez que a empresa remunere todo o capital investido na operação] e ser amplamente reconhecida nos seus principais mercados.
André Matias explica que a pesquisa começa com mais de 500 empresas participantes. Após as análises iniciais, a Interbrand avalia se as empresas têm estrutura mínima para avançar no ranking, ou se devem ficar pelo meio do caminho.
Vale ressaltar que a avaliação não está diretamente associada à imagem positiva das empresas. Vivo e Oi são bons exemplos. Embora listadas em 10º e 16º, respectivamente, ambas tiveram problemas com a Agência Nacional de Telecomunicações em função do alto número de queixas dos consumidores.
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