sábado, 8 de dezembro de 2012

Cadê as empresas brasileiras de tecnologia?

Em nove edições do estudo da Interbrand, que avalia poder de marca, só quatro empresas estiveram entre as maiores

Reprodução
Marcas tecnologia

Quando lançou sua pesquisa global, em outubro, a consultoria Interbrand concluiu que cinco das 10 empresas mais valiosas são do setor tecnológico: Apple, Google, Microsoft, Intel e Samsung dividem o topo com Coca-Cola e marcas de outros setores.

No Brasil, entretanto, o cenário é bem diferente. O ranking elaborado localmente pela mesma empresa, divulgado nessa quinta-feira, 6, mostra que a tecnologia não tem espaço entre as maiores companhias nacionais. Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Petrobras e Skol são as TOP 5 da lista, que só premia o setor com o aparecimento da TOTVS, empresa de software, em 23º.

O mau desempenho é histórico. Ao longo das nove edições do estudo no Brasil, realizado desde 2001, apenas outras três empresas de tecnologia conseguiram a proeza de estar entre as 25 mais valiosas: Gradiente (10º, em 2001), Submarino (12º, em 2008) e Positivo (24º, em 2010).

“As empresas brasileiras de tecnologia não têm tamanho suficiente para entrar na lista. Não é um problema de cultura, porque somos inovadores. É falta de investimento no setor para que seja criada uma fórmula ganhadora”, analisa André Matias, gerente de Avaliação de Marcas da Interbrand São Paulo.

Metodologia 

Para desenvolver a análise, a Interbrand leva em conta três critérios: resultados financeiros, papel da marca e a influência que ela exerce sobre o público, tendo como foco a capacidade de manter ganhos com o passar do tempo.

As marcas estudadas devem ser originárias do Brasil, publicar informações contábeis e financeiras, fornecer informações suficientes para a identificação da receita individual de suas marcas, gerar EVA positivo [geração de valor do negócio uma vez que a empresa remunere todo o capital investido na operação] e ser amplamente reconhecida nos seus principais mercados.

André Matias explica que a pesquisa começa com mais de 500 empresas participantes. Após as análises iniciais, a Interbrand avalia se as empresas têm estrutura mínima para avançar no ranking, ou se devem ficar pelo meio do caminho. 

Vale ressaltar que a avaliação não está diretamente associada à imagem positiva das empresas. Vivo e Oi são bons exemplos. Embora listadas em 10º e 16º, respectivamente, ambas tiveram problemas com a Agência Nacional de Telecomunicações em função do alto número de queixas dos consumidores.

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